sexta-feira, 29 de julho de 2011

Partida Partitura

Do solo
partido
me quebro

seguindo
num solo
sem nota

eu parto
do parto
segundo

o primeiro
pedaço
da rota

Perdido
me quero
no verbo

sem lenço
ou instrumento
sequer

em meio
ao caminho
infecundo

eu rimo
como um
qualquer

e vibro
como um
vagabundo

sentindo
o sentido
do mundo

no colo
de uma
mulher.

                                                                                                                 André Castiel

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Leda Satisfação Dominante


Do gosto da tinta
Ao amargo do beijo,
O doce e a vida
São um liame perfeito

Na onda profunda
Caronte, o barqueiro,
Nega existência
Ao agora estrangeiro

Da queda livre
Surge a cronologia,
Difuso é o tempo

Arrebatado de si
Logrado a cume
Nego quem sou. 



Emerson Teotônio

terça-feira, 23 de novembro de 2010

UM LUGAR VAZIO

O sentido da vida é não morrer.
Tê-la bem protegida nos braços.
Como a economia para a viagem tão sonhada.
Que vai se adiando até a morte.

Gasto o último centavo num papel de chiclete.
Sou um irresponsável.
O que será da minha vida ?

Tenho feito tantos planos.
Que já nem sei mais o que é um plano.
Ou se o desejo imediato é o meu sonho de consumo.
Pois minha vida já é algo.
E a morte guarda a minha cadeira cativa debaixo do chão.

Vou escavando assim o meu futuro
Num ponto cego entre a cegueira e o absurdo
Neste assento do qual sou ejetado.

Mas por certo Indagarão o quê é a vida
A vida é a pá de um coveiro suicida
A morte é só mais um buraco.


André Castiel

LOUCURA E GENIALIDADE



Sabemos o quanto uma sociedade é evoluída pelo tanto mais de maneiras que esta produziu para enlouquecermos.


O mal da inteligência humana é não saber divisar a fronteira entre a genialidade e a loucura.


O país dos loucos é uma nação sem limites territoriais e habitada tão somente por soberanos.



Será mesmo isto um mal ?



André Castiel

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PARADIGMANDO


Moral é o tipo de coisa que pode nos atormentar se chegarmos a questiona-la, estes paradigmas no desenvolvimento psico-social de uma pessoa estão presentes por quase todos os lados, ora somos expostos, ora somos impostos a eles, ou às vezes somos apenas aqueles que os criam.

Paradigmas são formas de pensamento que moldamos ou que acolhemos, elas podem formar boa parte de nossa personalidade na forma de agir e reagir aos eventos da rotina, a moral não é algo unívoco, não é a mesma nas culturas ocidentais e muito menos para os orientais, o que é obvio, você sabe disso!

Vamos entende-lo a partir da filosofia de Auguste Comte, o positivista, que descreve a forma do desenvolvimento do pensamento em três estágios, são eles: o teológico, o metafísico e o científico.

Os dois primeiros se pautam ali por uma visão de mundo abstrata, relax and join, algo mais ininteligível da parada, explicações embasadas na fé ou sem coerência fática, as cosas são só na idéia, o cientifico não! Esse aí não admite uma “meia” porção de palavras, procura a correspondência entre a teoria e o fato, é mostrar o pau e matar a cobra. Mas sim!? O que isso tem a ver com os paradigmas?

 A um primeiro momento nada. É só uma teoria de um francês do século XVIII,  mudando a forma de ver o mundo, influenciando nos pensamento contemporâneo, coisa de pouco vislumbre; o que ele fez nada mais é do que a sua forma de conceber o mundo, um paradigma, a este caso a psicologia chamaria de racionalização.

Baseado na razão, esse foi o modo confortável do positivista na sua forma de conceber o mundo, talvez seja isso que procuramos através dos paradigmas, um meio de defesa, uma necessidade humana de trazer explicações convincentes a nos e/ou aos outros daquelas coisas que por algum motivo nos é obscuros.

A onde estão? Os paradigmas, cadê eles? Tá na fé! Nas questões culturais. Na opinião política. Nos CLICHÊS! Enfim, estão em qualquer lugar, VINTE e quatro horas na sua vida. 

Dá uma olhada na obra Ensaios céticos de Bertrand Apud Russel, em sua parte dedicada ao filósofo chinês Confúcio, lá aparece esta passagem:

“O Duque de She dirigiu-se a Confúcio, dizendo: - Temos em nossa terra um homem direito. Seu pai furtou uma ovelha, e o filho depôs contra ele. – Na nossa, retrucou Confúcio, ser direito é proceder de maneira diferente. O pai oculta a culpa do filho, e o filho a do pai. Gente direta é assim que se comporta.”

O que é certo e errado nessa passagem!? A resposta está em como você vê a relação de moral contida nos lados dessa história, se o certo é fazer aquilo que está na lei, em cultivar honras as normas de um lugar, ou em defender primeiramente seus interesses e só após aqueles de bem comum.

Particularmente não defendo o furto, Claro! Se não fosse por algum bom motivo! Mas se tratando de uma infração cometida por teu pai?  Ousaria na hipótese de denunciá-lo? Além do que se existisse uma razão para isto, e talvez fosse correto faze-lo, há algum argumento mais convivente que ferrar teu pai!?

Ah, mais é pela moral e bons costumes! 
Moral e contumélia uma ova, meu irmão! É o teu pai porra!
  
Farias isto? Acho que não né? Assim são os paradigmas, as formas de pensar, se você concordou comigo ou se discordou aí está uma forma de pensar, que vai influenciar outras pessoas e que estas outras e assim por diante, até se tornar um pensamento comum, uma forma de agir e pensar, uma nova moral 

A lei nem sempre parece ser tão justa, deve existir algum motivo para o furto da ovelha, a fome é um ótimo motivo, na verdade a unica razão para sermos complacentes com esse tipo de ato... vê como a moral se transmuta rapidamente, como logo quebramos os paradigmas?

Rapidamente a fome tornou-se motivo para se sobre por as leis positivas, escritas, o famélico segue outras leis, normas muito mais antigas e naturais do que qualquer outra, instintiva, irracional, humana, demasiada humana... Encontre os seus paradigmas, existe um alarme ao lado deles!


Emerson Teotônio

sábado, 20 de novembro de 2010

LEGALIZAÇÃO!?


 SIM OU NÃO?   INFORME-SE!

Bom primeiramente espero que o Blog tome proporção e que cultive sempre a discussão a nível sadio, assim vamos dar partida ao que realmente propomos que é a não hipocrisia, o que seria isso? 

Falar de assuntos problemáticos, preferíveis de ser deixado de molho, porém não ater-se apenas a isto, e sim a uma gama de assuntos gerais, versáteis e atuais... havendo hora pitadas de nostalgia.

Como post inaugural, sem apologia ao assunto tratado, só repassando o que se tem conhecimento hoje em dia sobre a temática, vamos agora apresentar a Cannabis Sativa e deliberações sobre a mesma e o seu nível de inserção na sociedade.        

Cannabis é um gênero de plantas herbáceas de grande a médio porte, a espécie Cannabis Sativa (“maconha”) é uma erva secularmente usada para fins medicinais, tanto somáticos quanto psicológicos, como nos diz os relatos históricos das diversas culturas no decorrer dos tempos e que ainda são aplicadas hoje em dia.  
Esta planta quando usada comedidamente traz benefícios para seus usuários, porém, alguns de seus efeitos colaterais “prazerosos” decorrentes das reações químicas entre as substancias cerebrais e da própria cannabis podem causar dependência, se abusada.

Utilizada como analgésico, anestésico, antidepressivo, antibiótico e sedativo por milhares de anos nas regiões asiáticas e africanas hoje se encontra criminalizada na maioria do mundo ocidental, mesmo assim estudos sobre a planta não deixaram de ser realizados.

  A conseqüência direta disto são as descobertas de suas novas funções como redutora das sensações de náuseas e vômitos produzidos por posologias aplicadas a pacientes com câncer e os seus efeitos benéficos para certos casos de epilepsia.

Porém, assim como seus benefícios a mesma apresenta outros efeitos indesejáveis como sensação de angustia, atordoamento, medos de perder o controle de si, tremulações e suadouro, efeitos mais ligados a parte psíquica, e outros a parte física como aceleração no batimento cardíaco, boca seca, vermelhidão dos olhos e a catalepsia. 
   
Além do uso medicinal há o aproveitamento da planta para o comércio, como é o caso do cânhamo por produzir irrelevantes quantidades de cannabinóides, assim suas fibras podem ser utilizadas para a produção de roupas e outros artefatos que a utilizem. 

Enfim a sua criminalização deu-se no inicio do século XX e desde então ficou uma nebulosa inquietação sobre este assunto, por quais motivos ela foi proibida e por que ainda se teria eficácia a sua criminalização perante a sociedade ocidental.
 
         Com a sua proibição em 1937 nos Estados Unidos começou-se uma batalha silenciosa contra a Cannabis, mesmo após anos sem ser criminalizada no país ou na Europa, as intenções que ficaram obscurecidas por trás da proibição parecem ser mais de cunho econômico e de um preconceito cultural.

“A guerra contra essa planta foi motivada muito mais por fatores raciais, econômicos, políticos e morais do que por argumentos científicos. E algumas dessas razões são inconfessáveis. Tem a ver com o preconceito contra árabes, chineses, mexicanos e negros, usuários freqüentes de maconha no começo do século XX.”                  

                                                             A verdade sobre a maconha - Superinteressante

                
Pois o mercado têxtil forte no país tinha o cânhamo, uma parte fibrosa da planta capaz de produzir tecidos semelhantes ao linho, como a principal concorrente no mercado, o material feito do cânhamo é uma alternativa a produção de roupa, pois possui uma fibra mais longa e resistente, sendo mais rentável ao passar dos anos. Conheça..

Além desses fatores a produção do cânhamo é mais versátil que a do algodão a planta requer praticamente uma faixa de porcentagem igual a zero no uso de agrotóxicos, atinge altura média de 2,7 metros em quatro meses e é capaz de produzir de três a seis toneladas de fibra seca por hectares.

Muitos dos pesticidas usados nos plantios de cóton são cancerígenos aos humanos, por tais motivos marcas famosas internacionalmente aproveitam os atributos do cânhamo para aumentar a qualidade de suas mercadorias e ao mesmo tempo incentivam um meio de ganhar a vida mais saudável aos produtores, evitando sua intoxicação pelos agrotóxicos.

Outro argumento a favor da legalização é ligado aos usuários, o cigarro industrial que circula no comércio causa de 2,5 a 5 vezes menos obstrução respiratória do que o de maconha, porém dos dois é o tabaco que leva quase exclusivamente o seu usuário à insuficiência respiratória crônica, quadro que pode evolui a partir de um enfisema pulmonar. 

A proporção dada na comparação é devido a um nível superior de carboxihemoglobina e de alcatrão presente na maconha, mas são substancias comuns na queima dos dois fumos, fumantes da cannabis também apresentam assobios ao respirar, tosses e sofrem com fortes expectorações no peito.

A resposta para isso vem dos próprios pesquisadores, a intoxicação maior desses componentes deve-se a baixa qualidade dos cigarros de maconha, onde estes não possuem o tratamento industrial do tabaco, é montado manualmente e não apresenta o filtro, colocando a mesma em desvantagem na pesquisa. Veja aqui.

As políticas mantidas para a contenção dos usos e comercialização da maconha já não trazem eficácia alguma, desde a sua proibição não se conseguiu inibir o mercado negro produzido entre os fornecedores e consumidores.

As pessoas sempre vão continuar achando jeitos de realizar o plantio, a venda e o consumo da maconha, a proibição de algo que é largamente consumido traz poder a que o fornece e cria um poder paralelo ao estado.

A prova disto são os recorrentes conflitos entre traficantes e a milícia estatal, o aumento da violência nos morros e da comunidade ao seu redor, a corrupção gerada pelas propinas que mantêm o marasmo da realidade no combate ao trafico e ao consumo, o contingente é grande de mais para o controle efetivo do Estado.

Visto os argumentos mais comuns deve-se destacar talvez o mais expressivos entre eles, aqui se busca uma explicação mais justa a sua descriminalização, “Se a maconha faz mal a saúde por que é tratada como um crime?”, se e relacionada a qualidade de vida deveria ser tratada com políticas de prevenção e não repressão. Conheça ativistas pro Cannabis e participe das discussões aqui.

A forma correta seria abordá-la com políticas de saúde pública e investimentos em pesquisas sobre seus efeitos reais no homem e os malefícios e benefícios, com informativos sobre os seus efeitos como realizado no caso do tabaco e nas fiscalizações sobre o álcool.
Na parte ligada aos impostos os argumentos para a legalização da maconha são a criação tarifas aos produtos derivados da herbácea Cannabis e dos dependentes de seus princípios ativos droga.

          O uso terapêutico da maconha, para os casos de glaucoma, algumas dores musculares e neuropáticas, epilepsia, em pequenas doses para ansiedade, tratamento de pacientes contaminados com AIDS como já dito de náuseas crônicas como nos casos de pessoas em tratamento de quimioterapia..


A polêmica deve ser proposta nas rodas e em uma discussão aberta e esclarecedora por parte dos dois lados, favoráveis ou não propósito e deixar a população decidir sobre a melhor opção de se tratar este assunto.

E assim não ser alimentada uma idéia sobre a questão sem ter devido conhecimento e marginalizar o usuário ou os favoráveis sob rótulos degradantes, aludindo assim à educação e cidadania e não a alienação da própria concepção sobre uma discussão de tão fácil acesso.

 Algumas correntes de pensadores acham que a liberação e apenas para o uso do usuário recreativo e desdenham da própria questão de forma esclarecida, a proposta desta pesquisa vai muito além da criminalização ou descriminalização da herbácea cannabinóide e sim a os aspectos sócio-econômicos envolvidos na própria discussão.

         Analisado o sobre o contexto político-social, o impacto seria grande na sociedade brasileira sobre uma discussão mais aberta e democrática, porém, saudável em respeitar as opiniões divergentes da nossa, ao mesmo tempo existe na maconha o seu lado bom e ruim; pode trazer benefícios ou causar grande mau aos que não conseguem ter um controle sobre esta substancia, alguns países aderiram a sua legalização com o intuito de desmistificar a má fama dos usuários e lhe dar uma melhor qualidade de vida.