Idiossincronia

A vida: Sutil e Direta

Nos meados de outubro do decorrente ano, entre os vários devaneios nos assuntos a permutar-se nas rodas de amigos, ora na mesa de um bar, e que se diga claramente sempre movidas a muito etílico e entupidores de coronárias, percebi o marasmo me açoitar, antes fosse qualquer cancro viciante do que este, porque ele só o faz por complacência do moribundo.

Após o encontro do dia passado nada estimulante, sentia a vida apenas como espectador...  Sabe como em um daqueles filmes chatos de tão melancólico!? Não? Algo mais preciso? Um personagem do dostoi! Nada mais claro do que isso, o velho russo realmente sabia o que era letargia.

Então tomando fôlego, as nove e cinqüenta da manhã, peguei os livros decidido e me pus a estudar, talvez alguém conhece a situação em que me encontrava, era a mesma sensação de um radio velho em transmissão dentro de um sino, cada badalo era locaute; era um boneco de posto fazendo a Salát Assobh.

As leituras da faculdade e das matérias dos concursos foram feitas com muito esforço para preencher o tédio sufocante das manhãs da semana, sempre quis entender o vai e vem dessa colônia de formigas, como não chutar o balde na correria do dia a dia?

Enfim, disciplina nunca foi meu forte. Decorrido quinze cansados dias já me encontrava saturado dos códigos e da burrocracia administrativa, contidas nos compêndios feito com papal manteiga, fiquei estarrecido com a rotina levada na vida de funcionário público e logo voltei à velha roda.

Já havia esquecido o estorvo dos estudos, é uma lastima ser tão preguiçoso, quando me lembrei da efemeridade com que Cronos nos castiga, era sublime o clarão que tive quando retrocedi no tempo naquele instante; a vida ensina, se você não aprende ela mesma faz o download pra você.

Aquele velho deus devia esta ocupado, vi finalmente que era o único desocupado dos amigos, esperava do circulo um momento de comodidade, aconchego familiar que só o vivencia e cumplicidade trás nos tramites dos dias, mas a vida não é como agente quer: entre o sonho e a realidade, existe um anjo mau que resiste ao nosso desejo.

Emerson Teotônio

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