segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PARADIGMANDO


Moral é o tipo de coisa que pode nos atormentar se chegarmos a questiona-la, estes paradigmas no desenvolvimento psico-social de uma pessoa estão presentes por quase todos os lados, ora somos expostos, ora somos impostos a eles, ou às vezes somos apenas aqueles que os criam.

Paradigmas são formas de pensamento que moldamos ou que acolhemos, elas podem formar boa parte de nossa personalidade na forma de agir e reagir aos eventos da rotina, a moral não é algo unívoco, não é a mesma nas culturas ocidentais e muito menos para os orientais, o que é obvio, você sabe disso!

Vamos entende-lo a partir da filosofia de Auguste Comte, o positivista, que descreve a forma do desenvolvimento do pensamento em três estágios, são eles: o teológico, o metafísico e o científico.

Os dois primeiros se pautam ali por uma visão de mundo abstrata, relax and join, algo mais ininteligível da parada, explicações embasadas na fé ou sem coerência fática, as cosas são só na idéia, o cientifico não! Esse aí não admite uma “meia” porção de palavras, procura a correspondência entre a teoria e o fato, é mostrar o pau e matar a cobra. Mas sim!? O que isso tem a ver com os paradigmas?

 A um primeiro momento nada. É só uma teoria de um francês do século XVIII,  mudando a forma de ver o mundo, influenciando nos pensamento contemporâneo, coisa de pouco vislumbre; o que ele fez nada mais é do que a sua forma de conceber o mundo, um paradigma, a este caso a psicologia chamaria de racionalização.

Baseado na razão, esse foi o modo confortável do positivista na sua forma de conceber o mundo, talvez seja isso que procuramos através dos paradigmas, um meio de defesa, uma necessidade humana de trazer explicações convincentes a nos e/ou aos outros daquelas coisas que por algum motivo nos é obscuros.

A onde estão? Os paradigmas, cadê eles? Tá na fé! Nas questões culturais. Na opinião política. Nos CLICHÊS! Enfim, estão em qualquer lugar, VINTE e quatro horas na sua vida. 

Dá uma olhada na obra Ensaios céticos de Bertrand Apud Russel, em sua parte dedicada ao filósofo chinês Confúcio, lá aparece esta passagem:

“O Duque de She dirigiu-se a Confúcio, dizendo: - Temos em nossa terra um homem direito. Seu pai furtou uma ovelha, e o filho depôs contra ele. – Na nossa, retrucou Confúcio, ser direito é proceder de maneira diferente. O pai oculta a culpa do filho, e o filho a do pai. Gente direta é assim que se comporta.”

O que é certo e errado nessa passagem!? A resposta está em como você vê a relação de moral contida nos lados dessa história, se o certo é fazer aquilo que está na lei, em cultivar honras as normas de um lugar, ou em defender primeiramente seus interesses e só após aqueles de bem comum.

Particularmente não defendo o furto, Claro! Se não fosse por algum bom motivo! Mas se tratando de uma infração cometida por teu pai?  Ousaria na hipótese de denunciá-lo? Além do que se existisse uma razão para isto, e talvez fosse correto faze-lo, há algum argumento mais convivente que ferrar teu pai!?

Ah, mais é pela moral e bons costumes! 
Moral e contumélia uma ova, meu irmão! É o teu pai porra!
  
Farias isto? Acho que não né? Assim são os paradigmas, as formas de pensar, se você concordou comigo ou se discordou aí está uma forma de pensar, que vai influenciar outras pessoas e que estas outras e assim por diante, até se tornar um pensamento comum, uma forma de agir e pensar, uma nova moral 

A lei nem sempre parece ser tão justa, deve existir algum motivo para o furto da ovelha, a fome é um ótimo motivo, na verdade a unica razão para sermos complacentes com esse tipo de ato... vê como a moral se transmuta rapidamente, como logo quebramos os paradigmas?

Rapidamente a fome tornou-se motivo para se sobre por as leis positivas, escritas, o famélico segue outras leis, normas muito mais antigas e naturais do que qualquer outra, instintiva, irracional, humana, demasiada humana... Encontre os seus paradigmas, existe um alarme ao lado deles!


Emerson Teotônio

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